Apoiadores de Bolsonaro usam camiseta com Lula decapitado


A extrema direita radicaliza o discurso de ódio e assume níveis cada vez maiores de irracionalismo e obscurantismo. Uma foto que está circulando nas redes sociais mostra alguns apoiadores de Bolsonaro (PSL) vestindo uma camisa com a imagem do ex-presidente Lula (PT) decapitado. O fato ocorreu na cidade de Espertina, no Piaui quando um movimento de simpatizantes colocavam banners do deputado da idade média pela cidade. Não apoiamos politicamente Lula e tampouco a estratégia petista. Porém, esse tipo de ataque tem consequências para toda esquerda.
Um dos participantes do movimento, Hermes Nogueira, faz camisas apoiando a candidatura de Jair Bolsonaro com a imagem do deputado e distribui gratuitamente para todas as pessoas que defendem as ideias do parlamentar.
Bolsonaro destila um asqueroso discurso reacionário. São inúmeras declarações racistas, homofóbicas e machistas que incitam o ódio irracional em seus seguidores. Em declarações públicas, atacou os direitos das mulheres afirmando que mulher deve ganhar menos que um homem e fez apologia ao estupro. Também declarou que “seus filhos nunca se relacionariam com uma negra porque foram bem educados“, ou então “que homossexualidade é falta de uma boa surra”. Bolsonaro já homenageou o general torturador da ditadura militar Brilhante Ustra, demonstrando toda sua irracionalidade e desumanização.
Essa prática fascista do discurso de ódio é uma psicologia que tem por objetivo aproveitar o mal estar das massas diante das consequências da crise capitalista (desemprego, miséria social, baixo nível civilizatório, violência, desesperança...), e incitar o ódio ao conjunto das organizações de esquerda bem como a qualquer coisa que represente algum grau de humanismo.
Os defensores de Bolsonaro argumentam que ele não está envolvido em corrupção. Isso é uma falácia. Bolsonaro recebeu 200 mil reais da JBS na sua conta.
Percebendo a propina, repassou o dinheiro para o seu partido, que logo em seguida depositou novamente na sua conta pessoal. Isso se chama “lavagem de dinheiro”. Portanto, Bolsonaro também está comprometido nos esquemas de financiamentos de campanha com empresas corruptas. Bolsonaro sonha em destruir os direitos dos trabalhadores assim como Temer.
Ao mesmo tempo em que a direita se radicaliza, uma grande parte da esquerda ainda procura canalizar as lutas sociais para as urnas. Ainda possui ilusões de que é possível conciliar os interesses da burguesia e dos trabalhadores como defende o petismo, ou seja, a ilusão de que Lula ou qualquer outro candidato (como o lulista Guilherme Boulos (PSOL), por exemplo) poderia governar para todos ou arrancar algumas concessões aos trabalhadores. Afirmamos que isso é impossível. O sistema capitalista em crise já demonstra que não há mais espaço algum para conceder aos trabalhadores nem as migalhas que caem da mesa da burguesia. A esquerda precisa se radicalizar e transformar a indignação em luta e organização contra a direita e os golpistas que querem descarregar a crise mundial nas costas dos trabalhadores.

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